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Diástase Abdominal

A diástase abdominal acontece quando há a separação dos feixes do músculo reto abdominal. Apesar de ser mais comum em mulheres, a população masculina também pode ser acometida pela condição.

Diástase Abdominal

O músculo reto abdominal é responsável por sustentar a região anterior e cobrir a superfície frontal do abdômen, abrangendo do processo xifoide ao osso púbico. Quando ocorre um esforço demasiado na região abdominal, os músculos se distanciam e a parte que ficou sem sustentação desenvolve a diástase abdominal.

Quais são as causas da diástase abdominal?

Uma das principais causas da diástase abdominal é a gravidez. Durante a gestação, o útero cresce para melhor acomodação do bebê, fazendo com que a parede abdominal seja empurrada. Paralelamente a isso, a alta produção de hormônios no organismo da mulher faz com que o tecido conjuntivo fique relaxado e maleável, facilitando o desenvolvimento da diástase.

Conforme a gravidez avança e o útero cresce, a pressão na região abdominal aumenta e os lados do músculo reto abdominal podem não aguentar e se separar, gerando uma abertura na região do abdômen. Na maioria dos casos, a diástase surge no terceiro mês de gestação.

Existem alguns fatores que podem contribuir para o surgimento da condição no decorrer da gravidez. São eles:

  • Sentar-se ou andar com uma postura incorreta;
  • Engravidar com um intervalo pequeno da última gravidez;
  • Ter gerado um bebê com peso acima da média anteriormente;
  • Praticar exercícios físicos pesados de uma maneira inapropriada;
  • Estar em uma gravidez com dois ou mais bebês (gestação múltipla);
  • Não ter realizado exercícios abdominais antes da gestação, uma vez que essa prática oferece à mulher uma capacidade de extensão abdominal maior.

Conforme foi dito anteriormente, os homens também podem ser acometidos pela diástase abdominal. Isso acontece porque existem outros aspectos que podem desencadear a condição. São exemplos:

  • Obesidade;
  • Idade acima de 35 anos;
  • Levantamento de peso em excesso;
  • Perda rápida de peso após o tratamento da obesidade;
  • Realização de exercícios abdominais de forma intensa.

Como identificar a diástase do músculo da barriga?

O principal sintoma da diástase abdominal é a sensação de espaço na linha média do abdômen, na cicatriz umbilical ou abaixo dessa cicatriz, sendo que este último é mais raro. Esse espaço pode ter uma profundidade que varia de 1 a 3 centímetros.

Outras situações que podem indicar a diástase do músculo da barriga são:

  • Flacidez excessiva abaixo da região umbilical após o parto;
  • Dor na região lombar, nos membros inferiores (pernas) e nas nádegas;
  • Aparecimento do feixe muscular em ambos os lados ao contrair o abdômen;
  • Presença de abaulamento em ambos os lados da linha média abdominal ao fazer um esforço — como se agachar ou tossir, por exemplo.

Quais são os tipos de diástase abdominal?

Quando a causa da diástase do músculo da barriga é a gravidez, é possível classificá-la de quatro maneiras. Confira mais detalhes sobre cada tipo a seguir:

Diástase na região abaixo do umbigo

Neste caso, o paciente identifica um excesso de flacidez abaixo da região umbilical, mostrando que a diástase ocorreu naquela região. Uma das principais complicações decorrentes deste tipo de diástase é a sobrecarga no períneo, região responsável por sustentar os órgãos pélvicos (útero, reto, bexiga, entre outros).

Diástase na região acima do umbigo

A diástase abdominal que aparece acima da região umbilical gera um efeito popularmente chamado de estômago alto. Também é comum o paciente relatar a sensação de estufamento mesmo sem exagerar nas refeições.

Diástase na região central do abdômen

Um dos principais indícios deste tipo de diástase é a sensação de umbigo saltado, independentemente de a grávida ter ou não uma hérnia umbilical. Neste quadro clínico, a diástase é mais profunda e agravada pela postura da paciente durante a gestação.

Diástase com ruptura total

Quando a diástase do músculo da barriga é total, o paciente percebe uma flacidez excessiva na parte baixa da região abdominal. Além de acometer gestantes, a diástase com ruptura total também está associada ao sobrepeso e à obesidade. Isso porque o ganho de peso gera um alongamento intenso da musculatura abdominal.

Como é realizado o diagnóstico da diástase abdominal?

Mesmo sendo capaz de perceber alguns sinais da diástase por conta própria, é essencial que o paciente procure assistência médica para obter um diagnóstico completo. O mais indicado é se consultar com um cirurgião plástico que tenha experiência na correção de diástases abdominais. Também é importante verificar se o profissional é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) para receber um atendimento com segurança e qualidade.

Inicialmente, o médico fará um exame físico para ter certeza de que se trata de uma diástase abdominal. Em seguida, a análise é complementada com a realização de alguns exames que permitem ao profissional visualizar a extensão do alargamento do músculo abdominal. São exemplos o ultrassom e a tomografia.

Como tratar a diástase do músculo da barriga?

O melhor protocolo médico para tratar a diástase abdominal é estabelecido após a realização de todos os exames e a avaliação do histórico médico individual e familiar do paciente. Dessa forma, o tratamento é mais assertivo e personalizado.

Caso o paciente seja acometido por uma hérnia no local da diástase, algo que pode acontecer devido ao afastamento muscular do abdômen, o médico indicará a melhor abordagem para resolver o quadro clínico e recuperar a qualidade de vida do paciente.

A abdominoplastia é a técnica cirúrgica mais utilizada nos tratamentos de diástase. O procedimento consiste em fazer a plicatura dos músculos retos abdominais, ou seja, aproximá-los com pontos para que a condição seja revertida. O paciente fica sob anestesia geral durante o procedimento e em 3 horas, em média, a cirurgia é finalizada.

Em casos onde a diástase é muito grande, pode ser necessário utilizar uma tela para que a sustentação da parede abdominal seja restabelecida. Dependendo do caso e do desejo do paciente, é possível associar a abdominoplastia com outros procedimentos como a lipoaspiração, por exemplo, para conseguir um contorno corporal mais harmonizado. No entanto, isso pode implicar em mais tempo no centro cirúrgico e em um pós-operatório com mais cuidados.

Apesar de não ser possível prevenir a diástase abdominal, existem algumas medidas que podem reduzir as chances de desenvolver o quadro. No caso das mulheres que pretendem engravidar, é indicado realizar exercícios físicos que fortaleçam a região abdominal como a hidroginástica e a caminhada. Quanto às demais mulheres e aos homens vale a pena realizar os exercícios físicos abdominais com parcimônia, respeitando a intensidade e quantidade solicitada pelo educador físico.

Fonte:

Dr. Kiril Kasai.

Ministério da Sáude.