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Ginecomastia

A ginecomastia é um distúrbio masculino caracterizado pelo aumento das mamas, condição essa desencadeada pela proliferação de tecido glandular mamário. Trata-se de uma alteração benigna e que se difere da falsa ginecomastia, que acomete homens acima do peso e desenvolvem aumento mamário por causa do excesso de gordura — neste caso, não existem glândulas mamárias, caracterizando a lipomastia.

Homém segura mama masculina para marcá-la antes da cirurgia
A ginecomastia atinge em sua maioria homens. Veja como tratar a condição – Imagem: Shutterstock

O desenvolvimento da ginecomastia geralmente está associado a um desequilíbrio na relação entre hormônios masculinos e femininos presentes no organismo, o que pode ser um problema transitório. Este desequilíbrio hormonal acontece de maneira natural e é esperado no período neonatal (logo após o nascimento, estando associado à passagem de hormônios da mão pela placenta), na puberdade e na velhice.

Nestas fases da vida, geralmente é recomendada apenas observação do paciente para acompanhamento da evolução da alteração — que é considerada passageira. Existem casos, entretanto, em que a ginecomastia está associada a fatores não fisiológicos, tais como presença de patologias específicas e uso de medicamentos que podem favorecer o desenvolvimento glandular mamário.

Como começa a ginecomastia: entenda as causas

A ginecomastia pode acometer homens de todas as idades. Em recém-nascidos, a causa mais comum é o contato com os hormônios maternos durante a gestação, causando uma reação de desenvolvimento mamário que geralmente se resolve rapidamente e sem a necessidade de qualquer tipo de tratamento.

Em adolescentes, o problema surge por volta dos 14 anos, podendo afetar tanto uma como ambas as mamas. Nesses casos, a alteração está associada a um aumento tardio nos níveis de testosterona em relação à quantidade de estrogênio (o chamado hormônio feminino). Em adultos, a ginecomastia afeta comumente os mais idosos, e está relacionada à queda nos níveis de testosterona no organismo do indivíduo.

Os índices de testosterona também podem cair e levar ao desenvolvimento da condição em casos de:

  • Doença hepática crônica;
  • Insuficiência renal;
  • Tratamento quimioterápico;
  • Exposição a hormônios esteroides anabolizantes;
  • Tratamentos hormonais para casos de câncer;
  • Hipertireoidismo;
  • Tratamentos com radiação nos testículos;
  • Câncer de mama masculino.

Tipos de ginecomastia

Esta é uma alteração que pode ser classificada de acordo com sua gravidade e forma de manifestação. A ginecomastia unilateral, por exemplo, ocorre em apenas uma das mamas e causa assimetria, enquanto a bilateral afeta ambos os lados. Ela também pode ser do tipo glandular (aumento apenas do tecido glandular), gordurosa (associada ao acúmulo de gordura) ou mista.

No que diz respeito à gravidade, a ginecomastia se apresenta em 4 graus diferenciados:

  • Grau I: aumento do diâmetro e ligeira protrusão limitada à região da aréola;
  • Grau II: aumento moderado de todos as estruturas da mama;
  • Grau III: maior hipertrofia mamária, com significativo aumento do tecido e acúmulo de gordura e pele;
  • Grau IV: hipertrofia mamária grave, com grande aumento de volume.

Em geral, quanto maior o grau da alteração, mais complexo é o tratamento e a cirurgia.

Diagnóstico e sintomas associados

Em geral, o aumento do volume mamário unilateral ou assimétrico é o principal sintomas da ginecomastia, não sendo acompanhado por nenhum tipo de incômodo ou dor. Em alguns casos, pode haver sensibilidade nas mamas, assimetria das aréolas, coceira excessiva na região e até mesmo secreção.

O diagnóstico é feito a partir de palpação, exame que permite a identificação de tecido endurecido. É importante que o especialista saiba diferenciar a alteração de um câncer de mama masculino, realizando biópsia quando necessário. Embora seja uma alteração relativamente fácil de identificar, esta é uma situação que pode ser bastante constrangedora para o paciente, trazendo problemas psicológicos e desconfortos relacionados à autoimagem.

O que ajuda a diminuir a ginecomastia?

O tratamento da ginecomastia nem sempre é necessário, uma vez que a condição muitas vezes é transitória e se resolve sozinha em alguns meses ou anos, sem que qualquer tipo de intervenção ou tratamento seja necessário. No entanto, dependendo do volume mamário apresentado pelo indivíduo, pode acontecer de o desenvolvimento dos seios não regredir completamente.

Quando a ginecomastia é causada por um desequilíbrio entre os hormônios masculinos e femininos, um tratamento medicamentoso normalmente é a primeira opção para tentar regular a carga hormonal do paciente. Caso a alteração esteja associada ao uso de fármacos, interromper o uso da droga pode ser uma medida eficaz para controle do problema, embora possa ser necessário ajustar o tratamento original para não comprometer a saúde do paciente.

Caso o crescimento das mamas seja causado por uma patologia específica, é fundamental que ela seja devidamente tratada e acompanhada para controlar alteração sem comprometer a saúde do indivíduo. É necessário, portanto, sempre avaliar o caso individualmente antes de apontar a melhor forma de ajudar a reduzir a ginecomastia.

Cirurgia para tratamento da ginecomastia

A cirurgia de mama masculina é o tratamento recomendado para casos de ginecomastia em que os medicamentos não foram capazes de fazer efeito e quando o paciente apresenta um grande desconforto social e psicológico relacionado à alteração. Enquanto casos de lipomastia podem ser solucionados a partir de uma lipoaspiração comum, o aumento do tecido glandular requer uma intervenção mais específica.

Isso porque, no caso do aumento do tecido glandular, é necessário que seja removida a glândula mamária em sua totalidade — caso contrário, ela voltará a crescer futuramente. Por isso, é necessário que o procedimento seja realizado por um cirurgião plástico experiente e devidamente capacitado em cirurgias reparadoras.

Embora esta seja uma intervenção rápida e que geralmente apresenta poucas complicações, vale lembrar que a cirurgia para remoção de ginecomastia é um procedimento cirúrgico e, como tal, certamente oferece riscos ao paciente. Para minimizá-los, é fundamental que o paciente seja submetido a exames pré-operatórios que ajudam na identificação de condições que podem prejudicar a recuperação do paciente ou oferecer algum risco à sua saúde.

Os principais exames preparatórios para incluem hemograma completo, coagulograma, eletrocardiograma e ultrassonografia de mamas. O paciente também pode precisar seguir algumas recomendações específicas nas horas que antecedem a cirurgia, tais como tempo de jejum. No momento da alta hospitalar, o especialista também recomendará alguns cuidados necessários nos primeiros dias após a intervenção.

Para saber mais sobre os tratamentos para ginecomastia e entender como funciona a cirurgia e qual sua indicação, entre em contato e agende uma consulta com o Dr. Kiril Kasai.

Fontes:

Portal Câncer de Mama Brasil;

Sociedade Brasileira de Pediatria;

Manuais MSD.